Batman vs Superman – A origem da justiça – Edição definitiva (2016)

Por André Dick

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Este texto apresenta descrições de algumas cenas incluídas

Passados alguns meses depois do lançamento no cinema, a versão estendida, anunciada desde antes da estreia, de Batman vs Superman – A origem da justiça começa a ganhar os primeiros espectadores. A Warner Bros sofreu críticas de quem queria assisti-la na tela grande, mesmo porque a versão original desagradou a muitos fãs e críticos. A metragem agora é de 182 minutos, enquanto a versão dos cinemas é de 151 minutos (Snyder já havia feito duas versões estendidas para Watchmen, sendo que a segunda tem 215 minutos). Batman vs Superman poderia ser um filme polarizador se não tivesse sido lançado numa época estranhamente desigual também no cinema, em que alguns filmes sem tanta qualidade adquirem status de clássicos instantâneos, enquanto outros, como ele, são considerados fracassos de realização.

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De fato, não criou uma polarização: enquanto há admiradores do filme, grande parte do público (pelo menos a maior parte de quem se manifesta) o rejeitou, embora a média do IMBb seja razoável: 7/10. Em termos de crítica, no Rotten Tomatoes, ele recebeu 27% de aprovação. Esta marca é um pouco superior à de Batman e Robin e Superman IV – dois filmes bastante fracos com esses super-heróis. No Letterboxd, impressiona a quantidade de cotações de meia estrela até duas estrelas, como se fosse um dos piores do ano, até antes da estreia da versão definitiva – e, desde então, a média passou para três a quatro estrelas. Antes mesmo de o filme não chegar à marca respeitável – embora inferior às expectativas – de 900 milhões de dólares nas bilheterias, houve pedidos pela saída de Zack Snyder dos projetos da DC Comics. A Warner subentende que, nos bastidores, haverá mudanças para A Liga da Justiça.
Mas Batman vs Superman é merecedor desse status de filme problemático? Merece que elogios a ele se tornem raros e quase proibitivos? Minha crítica feita à época do lançamento está aqui. Continuo, desde lá, achando que depende do ponto de vista – que, para mim, é claro e talvez não agrade. Se o espectador não está disposto a ver mudanças da linguagem dos quadrinhos para o cinema e escolhas artísticas de Snyder, ele passa a ser incômodo. Se ele não aceita o roteiro menos linear do filme, também. E, se não concordar que o universo de Snyder para esses personagens é realmente mais soturno, não haverá uma boa recepção. E é muito difícil imaginar se um espectador que desgostou do original irá aproveitar mais este. A questão é que Batman vs Superman não precisaria de uma versão estendida para ser de fato um grande filme, um dos melhores do ano. Mas, se esta versão já estava anunciada, o correto é realmente lançá-la e vê-la como a ultimate edition (no Brasil, edição definitiva).

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Muitos reclamaram de lacunas na trama de Batman vs Superman e que a versão estendida tenta resolvê-las. Não acredito que haja tantas lacunas, nem que houvesse a montagem caótica. Tenho em mente uma dúzia de filmes com montagem realmente confusa que foram ganhadores de prêmios importantes e elogiados por espectadores e público. Mas qualquer acréscimo a um grande filme é bem-vindo. Batman vs Superman dá destaque, principalmente, à narrativa de Lois Lane (Amy Adams) no país africano de Nairomi, que agora passa com mais agilidade – e estabelece uma relação clara com Lex Luthor (Jesse Eisenberg), além de enfocar um cenário de guerra que remete a A hora mais escura, com a presença destacada de um personagem chamado Jimmy Olsen (Michael Cassidy) e cenas de destruição de drones. São passagens que ajudam a aprofundar detalhes que desembocam na política, um dos temas da obra. Do mesmo modo, temos mais cenas de momentos de reflexão do Superman. Esta é uma reclamação comum: que o Superman (Henry Cavill) de Snyder não possui muitas falas. Pelo filme, percebe-se que não se sente nem humano nem alienígena; sente-se, de fato, deslocado. Há uma cena muito bem feita nesta versão estendida, quando ele sai do Capitólio com uma das vítimas da explosão e observa os feridos à sua volta. Ela revela o quanto Snyder não possui visão apenas para cenas de fantasia, como trabalha com o choque diante de uma realidade incontornável. Também vemos um prólogo ao encontro de Clark Kent com seu pai no alto de uma montanha.

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O vilão, Lex Luthor, recebe algumas cenas a mais, inclusive ao final, quando tem um encontro um pouco mais prolongado com Batman, e uma de suas subtramas se sente mais resolvida, embora no original não seja especialmente necessária, envolvendo a figura de uma mulher, Kahina Ziri (Wumni Mosaku), que recorre à senadora Finch (Holly Hunter). E também temos breves detalhes interessantes, como Alfred (Jeremy Irons) cortando lenha do lado de fora da mansão, numa contradição com o universo de tecnologia que habita.
De maneira geral, a versão estendida de Batman vs Superman se concentra mais na investigação inicial de Lois sobre o que aconteceu em Nairomi e também a de Clark Kent atrás de informações de Batman (Ben Affleck) – quando encontra um homem que lhe mostra uma raspadinha com o contorno do símbolo do morcego –, investigando um prisioneiro, Cesar Santos (Sebastian Sozzi), que foi marcado pelo símbolo do justiceiro de Gotham City na pele e isso significa morrer na prisão. Esses dois acréscimos tornam o filme mais interessante no sentido de que há uma explicação mais bem conduzida para Superman se contrapor a Batman, principalmente. Também há um acréscimo nas consequências da explosão do Capitólio, com a técnica de laboratório Jenet Klyburn (Jena Malone) trazendo uma explicação-chave. A versão estendida possui, como se previa, mais cenas de violência, alguns detalhes, como no assassinato dos pais de Wayne ou no confronto entre os super-heróis – nada, no entanto, que lembre a violência, por exemplo, de Watchmen. Snyder, ao final, reserva algumas cenas do luto público pela morte de Superman, assim como de seu funeral, criando uma atmosfera ainda mais melancólica, e assinalada com beleza.

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Esta versão se mostra ainda mais soturna e com temas raros para algo que as pessoas desejariam que fossem apenas de super-heróis. É ainda menos infantil, certamente desagradando a um público dessa idade. E, ao contrário da trilogia de Nolan, este Batman vs Superman se sente ainda mais num universo em que os super-heróis parecem não ter certeza para onde devem se dirigir. Isso parece o principal incômodo para certo público: Snyder realmente arriscou fazer um filme em que duas figuras que representam a salvação não parecem saber indicar um caminho. Bastante revelador quando, depois da morte de Superman, aparece uma capa de jornal sobre o assassinato de Kennedy, como se ele representasse um sinal de esperança. As ruas de Metrópolis estão vazias: todos lamentam a morte daquele que trazia segurança. É complexo e humano, muitas vezes, além de denso. A versão estendida, diga-se, melhora ainda mais um filme que já era excelente. Não é simplesmente para um público mais adulto, como já foi a trilogia de Nolan. Ao mesmo tempo que ele homenageia alguns quadrinhos, ele apresenta um traço novo. Poucas vezes se tem certeza de que uma obra foi injustiçada, e Batman vs Superman é um desses casos.

Batman v Superman – Dawn of justice – Ultimate Edition, EUA, 2016 Diretor: Zack Snyder Elenco: Ben Affleck, Henry Cavill, Amy Adams, Jesse Eisenberg, Diane Lane, Laurence Fishburne, Jeremy Irons, Holly Hunter, Gal Gadot, Scoot McNairy, Jena Malone, Michael Cassidy, Wumni Mosaku, Sebastian Sozzi Roteiro: Chris Terrio e David S. Goyer Fotografia: Larry Fong Trilha Sonora: Hans Zimmer, Junkie XL Produção: Charles Roven, Deborah Snyder Duração: 182 min. Distribuidora: Warner Bros Estúdio: DC Entertainment / Dune Entertainment / Syncopy  

Cotação 5 estrelas

 

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53 Comentários

  1. Fernando Correa Martins

     /  29 de junho de 2016

    No aguardo do lançamento do blu-ray.

    Responder
  2. Bela resenha sobre essa versão estendida.
    O que já era ótimo, ficou excelente.
    No aguardo do blu-ray e do filme da Liga, para completar a trilogia.

    Responder
    • André Dick

       /  30 de junho de 2016

      Prezado Jr,

      agradeço por seu comentário e fico feliz que também tenha gostado da versão estendida. Acredito que esse lançamento tenha despertado mais curiosidade para o filme da Liga e talvez diminua um pouco a pressão sobre Snyder.

      Volte sempre!

      Um abraço,
      André

      Responder
      • Anônimo

         /  2 de julho de 2016

        No filme EXTENDIDO a um erro bizarro pois o diretor do PLANETA DIÁRIO manda publicar uma matéria com o SUPERMAN MORTO e nas folhas centrais ele publica que CLAK KENT está DESAPARECIDO. Porém depois mostra o mesmo indo ao funeral de KENT, Ou seja, ficou implicito que ele sabe que o CLARK é o SUPERMAN mas então pq ele mandaria publicar uma aviso de DESAPARECIMENTO ?

      • André Dick

         /  2 de julho de 2016

        Reproduzo a manchete da matéria: “Daily Planet Reporter Clark Kent killed reporting Gotham Battle”.

      • FERNANDO OLIVEIRA

         /  2 de julho de 2016

        Caro ANÔNIMO, o correto é ESTENDIDO mesmo, pois vem do verbo estender, tornar maior, adicionar, e não do substantivo EXTENSÃO, que denota área.
        Ex.: A EXTENSÃO do campo é de 5.000 acres.
        O área do campo foi ESTENDIDA em 300 metros.

  3. Eu vi a versão estendida e gostei do que vi!

    Responder
  4. J. Christopher Celayes

     /  30 de junho de 2016

    Argumentação muito consistente. Gostei da sua coerência discursiva, André. Em tempos em que parece ser vergonhoso ou até mesmo “errado” dizer que se gostou de BvS, uma análise como a sua nos renova a esperança de que ainda existem pessoas autênticas com opiniões bem formadas.

    Penso de forma bastante parecida com a sua. Nossas percepções coincidem bastante, André. Você não faz ideia de como topar com um texto como o seu me deixou contente ou, pelo menos, muito mais aliviado.

    Sou “decenauta”, sim, e aceitei a ideia proposta por BvS desde o início. Reconheço o seríssimo problema com o trabalho de edição sobre a versão que nos foi originalmente mostrada, mas mesmo assim nunca condenei a visão de Snyder – de quem nem sou tão admirador assim, embora goste do seu jeito ousado de fazer filmes – e defendo BvS como um dos trabalhos mais corajosos do gênero SH até hoje. Acho mesmo.

    Mal vejo a hora de conferir essa versão estendida. Estou que não me aguento… {risos!}

    Novamente, André: meus sinceros parabéns pelo texto.

    Responder
    • André Dick

       /  1 de julho de 2016

      Prezado J. Cristopher,

      Agradeço por seu comentário generoso sobre a crítica e fico feliz que também aprecie o filme e a proposta de Snyder! Lembro de ter visto O homem de aço pela primeira vez e achado o filme excessivamente diferente daquele do qual tanto gosto, de Donner, dos anos 70. A princípio, não gostei muito. No entanto, é preciso saber avaliar que há um novo artista lidando com o personagem, e Snyder não quis repetir o que já havia sido feito – como tentou Bryan Singer em vários pontos na versão de 2006. O mesmo acontece aqui. Há uma percepção nova para esses personagens. Não sei o que vai achar da versão estendida, mas entendo que algumas possíveis lacunas (que, confesso, não me incomodaram na versão original) são diminuídas e de fato é um filme ainda melhor.

      Grato mais uma vez por dividir sua opinião sobre o filme e a análise!

      Volte sempre!

      Um abraço,
      André

      Responder
  5. Fernando Oliveira

     /  30 de junho de 2016

    André, te dar parabéns pelas críticas começa a ser recorrente,rs.

    Assisti ontem a Ultimate Edition e devo dizer que, mesmo tendo gostado e muito da versão para o cinema, achei a versão estendida superior!

    Principalmente porque o filme ganha mais camadas, dessa vez melhor desenvolvidas, como a trama do deserto e a do criminoso marcado pelo Batman. Isso, com certeza criou uma maior identificação com cada antagonista. Infelizmente nunca saberei o que seria a sensação de ver ESSA versão pela primeira vez, sem o sabor de “ah! essa cena eu não tinha visto!”.

    A impressão que ficou foi que, com o corte já finalizado de 3hs, o estúdio decidiu que queria mais ênfase no Batman e uma duração menor, aí tiveram que sair picotando tudo.

    Ainda acho BVS um dos melhores filmes de heróis já realizado e a versão ultimate só veio confirmar isso.

    Abs!

    Responder
    • André Dick

       /  2 de julho de 2016

      Prezado Fernando,

      Ótimo ler suas palavras novamente e agradeço por sua generosidade! Vejo que também apreciou a versão estendida, e concordo com os motivos para isso. As tramas que se passam na África e de Clark investigando o criminoso marcado pelo Batman mostram bem esse desenvolvimento mais atento, sobretudo para a persona jornalística de Clark Kent. Concordo também quando diz que a Warner parece ter desejado enfatizar a presença de Batman, além daquela explicação de que 3 horas no cinema renderiam menos sessões. Foi um equívoco, apesar de continuar achando a versão original excelente por si só, pois acho que esta edição definitiva teria feito mais bilheteria porque justamente talvez (talvez) não fosse tão prejudicada pela crítica.

      Agradeço novamente e volte sempre!

      Abraços,
      André

      Responder
  6. fredmorsan

     /  30 de junho de 2016

    Spoilers abaixo

    O que era muito bom, ficou excelente!

    Muitos se referem a essa versão como a estendida ou a definitiva. Discordo veementemente. Versão estendida é aquela onde é feito cortes em cenas secundárias que fazem parte da história, mas não são essenciais para compreender a mesma. Essa que foi apresentada no cinema é a versão mutilada (com alguns cortes dignos de “Sessão da Tarde”). Incrível como algumas delas mudam a forma de se perceber a obra, como, por exemplo (SPOILER), a cena após a explosão do Capitólio onde aparece o Superman ajudando no resgate das vítimas e seu olhar sobre toda aquela situação, ao mesmo tempo de dor e culpa, como se a sua existência fosse responsável pelo atentado. Vemos um Superman mais humano, que se importa com a dor do outro, e não um Superman introspectivo que se importa mais com o que pensam dele. As motivações do Lex ficam mais explícitas e suas manipulações mais claras com o filme completo.

    Foi uma grata surpresa ver na minha caixa de emails essa nova crítica. Muito boa. Como todas as demais. Parabéns mais uma vez!

    Responder
    • André Dick

       /  4 de julho de 2016

      Spoilers abaixo

      Prezado Fred,

      Agradeço mais uma vez por sua atenção e generosidade.

      Tive a mesma impressão (também minha esposa) que este filme realmente era a versão definitiva, pois os acréscimos não pareciam dispensáveis – como acontece em algumas outras versões estendidas. Revi depois a parte inicial da passagem pelo país africano da versão original e, diante da versão estendida, realmente fica mais confusa de se entender e não há adequadamente a explicação de que tudo era um plano arquitetado detalhadamente por Luthor. Esta cena a que se refere e que você descreve muito bem é aquela mais interessante para mostrar essa humanidade do Superman, principalmente quando o médico agradece sua ajuda, mas depois o dispensa, como se nada pudesse fazer a mais e como se estivesse desconfiado dele. Acrescento outra cena: aquela em que Clark liga para sua mãe, e ela lhe fala que o seu pai não gostava de viajar e de sair do Kansas. É um prólogo à subida dele na montanha, onde imagina encontrar seu pai. Isso dá uma dimensão maior ao personagem, o que é subtraído do filme. Além da investigação, que mostra mais o motivo de ele querer deter Batman. Para ele, Batman representa alguém que faz com que bandidos também façam justiça. Não é algo, digamos, leve. E, como você comenta, “as motivações do Lex ficam mais explícitas e suas manipulações mais claras com o filme completo”. Inclusive, ao final, a explicação de que novas criaturas estão vindo do espaço. Não sei se esta versão não teria críticas tão negativas quanto a versão original – pois elas foram desmedidas –, mas pelo menos esta proporciona a quem foi rigoroso demais a reavaliar, mesmo que o tom do filme seja o mesmo, muitas qualidades as mesmas, a parte técnica e o elenco os mesmos. Acredito que haja realmente quem tenha se incomodado com a parte que se passa na África, mais truncada no original, e com a menor participação de Clark Kent na trama, além de uma ou outra subtrama não desenvolvida, embora nada justifique o tom das críticas.

      Agradeço mais uma vez e volte sempre!

      Um abraço,
      André

      Responder
  7. Só esperando o lançamento,eu vi a versão estendida e quero o box para ver os bastidores,sem duvida BvS e TDK são os maiores filmes de super heróis,a unica coisa que não gostei foi matar o Clark(o personagem tão rápido e gostaria muito que o Flash desse um jeito nisso.Parabéns pelo texto não só por que eu concordo e gostei das duas versões,mas você conseguiu com louvor sintetizar todos os motivos para essa relação de ódio e amor sobre esse filme,criou se uma tendencia dos que são nerds e dos que querem ser nerds,as gerações passaram e tem muita gente que acha cult agora vestir uma camisa de uma editora ou outra,alguns seguem as manadas outros não,e a grande maioria não gosta de ver heróis em construção e ver uma boa história contada.

    Responder
    • André Dick

       /  5 de julho de 2016

      Prezado Evandro,

      Agradeço por seu comentário generoso sobre a crítica. Acredito que o filme, com ou sem esta versão estendida, se tornará um cult. Como para você, ele está entre os maiores filmes do gênero e, nesta versão definitiva, se aproxima mais ainda da excelência de outros que têm como personagens super-heróis. É uma pena que ele tenha sido recebido com tantas críticas negativas, que certamente influenciaram na recepção, principalmente nas bilheterias. E, como já eu pensava em relação ao original, é preciso um certo desprendimento da visão pessoal que se tem desses personagens: eles estão sendo adaptados por artistas com uma visão própria para o cinema, e nisso aparecem as diferenças.

      Volte sempre!

      Um abraço,
      André

      Responder
  8. Uma ótima análise…bem centrada e imparcial diferente dos sites que querem estar com a maioria…parabéns.

    Responder
    • André Dick

       /  8 de julho de 2016

      Prezado Ricardo,

      agradeço por seu comentário generoso!

      Volte sempre!

      Um abraço,
      André

      Responder
  9. Um acréscimo à cena da montanha, que gostei muito, foi (SPOILER) a do guia mais velho, que me remeteu à ideia de uma pessoa com forte orientação espiritual, pois, assim que viu Clark, presumiu que ele estava fugindo (realmente, foi o que ocorreu, pós explosão do Capitólio) e que ele veio para morrer. E, de fato, há uma morte simbólica do Clark, quando ele tem um fluxo de consciência do pai adotivo (que, aqui, serve como guia espiritual, figura recorrente na mitologia da jornada do heroi), pois Clark sai da montanha com outra postura, mais amadurecida.

    O sinal de maturidade inicia na interação com o Lex: quando Luthor comete tentativa de homicídio contra a Lois, Super a salva e, quando vai até o Lex, diz que “vai levá-lo sem quebrá-lo”. É uma evidente mudança de atitude em relação ao terrorista da África, no início do filme, quando o terrorista ameaçou Lois, e o Super atravessou paredes com o sujeito.

    Além disso, não usou a visão de calor no Lex quando soube que este sequestrou Martha e, depois, ainda salvou a vida do Lex, quando este esteve próximo de ser esmagado por um soco do Apocalypse. Mais: Super tentou deter o Apocalypse levando-o ao espaço, na tentativa de evitar mortes no solo. E, para completar, Super não esmoreceu ante os apelos da Lois: ao pegar a lança de kryptonita, fez um sacrifício final, salvando todo o planeta, às custas da sua própria vida.

    Responder
    • André Dick

       /  10 de julho de 2016

      Prezado Jr.,

      agradeço pelo envio de sua ótima análise. Realmente acontece essa mudança na postura de Superman depois da subida à montanha e o encontro com o pai, e você detalha bem a consequência em diferentes cenas. Mais uma vez mostra a sutileza que Snyder apresenta em momento-chave para a narrativa.

      Volte sempre!

      Um abraço,
      André

      Responder
  10. Injustiçado pode ter certeza. As pessoas não aceitaram que um filme de super-herói pode ter esse “contorno” e isso é triste demais.

    Responder
    • André Dick

       /  7 de julho de 2016

      Prezado João,

      exatamente. Espero que o público de maneira geral possa reavaliar este grande filme.

      Um abraço,
      André

      Responder
  11. Spoilers abaixo

    Muito legal teu texto. A versão estendida realmente acrescentou muito mais à obra. Mostrou o Super mais humano e preocupado com as pessoas e seu lugar no mundo.

    Acrescento dois pontos aos comentários:

    1. O Snyder disse que tinha feito uma cena onde o Super procurava por sua mãe antes de ir lugar com o Batman. Achei que teria nessa versão.

    2. Uma coisa que sempre me incomoda muito nos filmes do Snyder é a forma que ele faz o drama. Não consigo me emocionar, fica muito frio. Logo após a morte do super, ver a Lois fazendo cara de choro e da mulher maravilha olhando…ficou muito artificial, assim como o funeral. Não passou a dor. Agora na parte em que o Super tem o peito atravessado achei muito bom!

    Responder
    • André Dick

       /  11 de julho de 2016

      Spoilers abaixo

      Prezado Alex,

      agradeço por seu comentário generoso! Também concordamos que esta versão acrescenta mais à obra, principalmente à figura de Clark Kent/Superman. Não sabia que Snyder teria realizado esta cena; pelo que entendo, Superman teria ficado em dúvida se ela havia sido mesmo sequestrada. A impressão que tenho sobre o elemento dramático de Snyder é que ele sempre o mistura com uma parte estética, deixando em parte alguns momentos menos emotivos. Mas nesta versão estendida achei mais comovente o trecho depois da morte de Superman: as ruas vazias, o Daily Planet sem ninguém. Pelo menos, foi mais comovente do que na versão original. A parte a que se refere, na entrega de Superman ao embate final, é realmente muito boa.

      Volte sempre!

      Um abraço,
      André

      Responder
      • Sobre a cena do Super procurando a Matha…

        Segue trecho de uma entrevista do Snyder sobre o assunto:

        “Tenho pra mim que de Metrópolis a Smallville é, provavelmente, o limite do alcance de sua audição”, opinou o cineasta, em entrevista ao IGN, acrescentando que “a desordem da cidade também dificulta isso”. Porém, objetivamente falando, ele conta que a cena chegou a ser filmada, tendo sido cortada por seu teor mais pesado: “Enquanto procurava sua mãe, ele ouvia todos os choros de todos os crimes em potencial ocorrendo na cidade”, explicou.

        “Eu gosto da ideia de que ele se ensinou a não procurar, pois, se ele procurar, será algo sem fim, entende? Você precisa saber, enquanto Superman, quando interferir ou não. Não se pode estar em todos os lugares de uma vez, literalmente, então ele tem de ser realmente seletivo — de um modo estranho — sobre quando escolher intervir.”

      • André Dick

         /  15 de julho de 2016

        Alex,

        agradeço pelo envio do trecho da entrevista! Imagino que seria uma ótima cena!

        Volte sempre!

        Um abraço,
        André

  12. edimilsom miranda

     /  8 de julho de 2016

    Perfeito! Comentário cuidadoso e inteligente… Livre de manipulações ou afetações.

    Responder
    • André Dick

       /  10 de julho de 2016

      Prezado Edimilsom,

      agradeço por suas palavras animadoras sobre o texto!

      Volte sempre!

      Um abraço,
      André

      Responder
  13. Spoilers abaixo

    André, sua resenha é sem dúvida, espetacular. Sempre achei esse filme incompreendido pela maioria dos cinéfilos. Ele tem uma beleza artística, trata os personagens com seriedade, e os insere no mundo real com sutileza. Vemos a figura do Superman sendo humilhada, colocada a contraprova e no final, exaltada por aqueles que o julgaram. O próprio discurso da senadora Finch ao julgar o Superman passa a ter um tom diferente na versão estendida, quase como um pedido de desculpas, após a inserção dos diálogos da personagem Kahina Ziri com a senadora Finch.
    A subtrama fica mais amarrada, e dedo de Lex Luthor no meio da briga entre o Super e o Batman, fica também mais evidente.
    Só lamento terem colocado a morte do Superman tão prematuramente no filme, mas os próximos filmes podem justificar tal escolha.
    Como curiosidade, o filme começa com um funeral, e termina com outro. Na versão estendida temos um funeral do Superman mais digno, que homenageia a história “funeral para um amigo”. E na cena final do caixão do Clarck em que as pedras levitam, eu faria uma pequena homenagem ao John Williams e ao Christopher Reeves, colocando 2 segundos da trilha original naquela cena.

    Responder
    • André Dick

       /  14 de julho de 2016

      Prezado Ricardo,

      fico feliz que tenha apreciado a crítica! E agradeço pelo comentário detalhado sobre o que achou do filme. Você o sintetizou: “tem uma beleza artística, trata os personagens com seriedade, e os insere no mundo real com sutileza”. É isto mesmo, e não entendo como a crítica e parte do filme puderam negar tanto sua qualidade, a meu ver inegável. Também considero que o final da versão estendida ficou mais trabalhado e dialoga com mais eficiência com o início. E prestarei mais atenção na homenagem à trilha de John Williams.

      Volte sempre!

      Um abraço,
      André

      Responder
  14. Guilherme Ferreira

     /  11 de julho de 2016

    Ótima análise, parabéns!
    Eu nem vi a versão do cinema, só assisti a definitiva e achei o melhor filme de super-herói que já vi… espero que Liga da Justiça seja nessa pegada, e de preferência sem versão picotada rs

    Responder
    • André Dick

       /  14 de julho de 2016

      Prezado Guilherme,

      agradeço pelo comentário generoso! Acredito que as duas versões sejam excelentes, mas, se optasse por uma, seria pela edição definitiva, em razão de algumas subtramas serem melhor solucionadas. E, para mim, é um dos melhores filmes de super-heróis já feitos, no nível do Superman de Donner e do Batman de Burton e Nolan.

      Volte sempre!

      Um abraço,
      André

      Responder
  15. Eduardo Simonini

     /  11 de julho de 2016

    Fiz uma maratona com minha filha de nove anos. Primeiro vimos Man of Steel e depois a versão estendida de BvS. Nós dois adoramos. E para o criticado desfecho da briga dos orfaos, minha filha comentou: “Batman sabe a dor que é perder uma mae”. Parabéns por sua crítica.

    Responder
    • André Dick

       /  11 de julho de 2016

      Prezado Eduardo,

      agradeço por seu comentário a respeito da maratona que fez com sua filha de 9 anos, vendo O homem de aço e em seguida Batman vs Superman. E ela assinala o momento-chave, que define este personagem e a própria história deste filme, mostrando a percepção que faltou a grande parte da crítica. Parabéns para ela!

      Volte sempre!

      Um abraço,
      André

      Responder
    • hahaha sua filha falou isso, que legal 😀

      Responder
  16. Paula Rocha

     /  22 de julho de 2016

    Olá André!
    Quando você disponibilizou sua resenha acerca da versão estendida fiquei na maior empolgação pra ver. Quando a SKY colocou em on demand corri pra alugar, mas a decepção foi enorme: a empresa disponibilizou a mesma versão dos cinemas (que eu já tinha assisitido), com a classificação indicativa de 12 anos.
    Já enviei um e-mail reclamando a respeito disso, pois como sou assinante há muito tempo e gosto de adquirir filmes do jeito antigo fiquei muito chateada.

    Responder
    • André Dick

       /  23 de julho de 2016

      Prezada Paula,

      agradeço novamente por sua mensagem! O lançamento das duas versões parece que vai ocasionar justamente este tipo de problema. A princípio, será exibida a versão original. E quem quiser a versão estendida terá de ver por Blu-ray. Só recentemente a versão com 219 minutos de O portal do paraíso passou a ser exibida como a oficial. Já a versão estendida de Watchmen, por exemplo, não passa na TV. Particularmente, acho lamentável: é um erro de avaliação do estúdio, pois a mesma New Line, da Warner, lançou O senhor dos anéis com mais de 3 horas.

      Espero que consiga assistir o quanto antes; como gostou do original, imagino que vai gostar ainda mais deste.

      Volte sempre!

      Abraços!
      André

      Responder
  17. Excelente análise e concordo com você.
    Assisti a versão original no cinema e a versão definitiva já a tenho pronta para ser assistida e não tenho dúvidas que gostarei ainda mais dessa. Sem dúvidas, um grande filme, com uma narrativa mais adulta e que mostra as fragilidades e medos por trás de cada herói.
    Abraço!

    Responder
    • André Dick

       /  25 de julho de 2016

      Prezado Paulo,

      agradeço por seu comentário generoso sobre a crítica. Se gostou do original, acho que irá gostar ainda mais desta versão. Depois, se puder, diga qual foi sua impressão.

      Volte sempre!

      Um abraço,
      André

      Responder
  18. Bom dia André,

    seu texto é muito bom com uma análise imparcial como poucos que lemos por aí. Infelizmente se plantou a idéia de que filmes de super-heróis atualmente deve ter como base a comédia, o que para alguns personagens como Deadpool funciona muito bem, mas para outros, como Thor, é uma desgraça, um desserviço ao cânone. Eu já tinha gostado de BvS no cinema, repensei muito minha opinião depois da chuva de críticas negativas, mas não conseguia parar de pensar que o filme estava sendo extremamente injustiçado. depois de assistir a versão definitiva tive a certeza de que era um filme muito acima da média e no nível dos Batman de Nolan. acho que com o tempo ele terá o espaço merecido no hall da fama desse gênero,

    um Abraço

    Responder
    • André Dick

       /  3 de agosto de 2016

      Prezado Ulisses,

      agradeço por seu comentário generoso sobre o texto e fico feliz que também tenha gostado do filme. Realmente, é difícil fazer com que os filmes de super-heróis tenham todos o mesmo tom, o mesmo estilo. Isso parece uma exigência de grande parte da crítica, que acaba deixando as pessoas desconfiadas de gostarem de uma obra como essa, pensando que ela seria, de fato, fraca. Na versão original, a injustiça era evidente; com a versão estendida, quem continua pensando o mesmo, ainda mais. Também acho que está no nível da trilogia do Nolan, do original de Tim Burton e, inclusive, do Superman de Donner dos anos 70, a meu ver um clássico. Na minha opinião, Batman vs Superman será cult e cada vez mais reconhecido ao longo do tempo.

      Volte sempre!

      Um abraço,
      André

      Responder
  19. José Maria Matos Montalvan Esteves

     /  4 de agosto de 2016

    Olá, André!
    Parabéns pelas duas críticas sobre o filme de “Batman Vs Superman”: Você possui a característica – pouco comum a um crítico cinematográfico engessado a literatura, técnica e as formas clássicas de análises – de absorver o cerne de uma obra cinematográfica e não apenas a sua “casca”!
    Tenho 52 anos e ainda leio com frequência histórias em quadrinhos das principais personagens da DC e da Marvel (leia-se Batman, Superman, Liga da Justiça, Homem Aranha, Hulk, Vingadores, Quarteto Fantástico…) e sempre acompanhei a evolução e os surtos “psicótico-mercadológicos” dos roteiristas nas duas maiores empresas de quadrinhos do mundo. Também sou cinéfilo e entre obras de Ingmar Bergman, David Lean, Coppola, Spielberg, Kubrick… Estão os adaptadores de quadrinhos aos moldes de Christopher Nolan, Richard Donner e… Zack Snyder!
    O “Batman Vs Superman” é uma obra para poucos (e por isso o festival de crítica negativas): É para quem consegue ir ao cinema e descascar (como a cebola na mão de um “chef”) as camadas mercadológicas (CGI, edição, adaptação, performance doa autores, que valem como entretenimento) permitindo-se mergulhar na essência da mensagem e na complexidade da história. Nesse aspecto, vale as percepções do conteúdo subliminar, das entrelinhas nos diálogos e (como se montássemos um quebra-cabeça) no desenvolvimento das adaptações dos originais de Dan Jurgens e Jerry Ordway ou Frank Miller, para tirar daí a genialidade de Snyder!
    Algumas coisas incomodaram-me: (1) Um “morcego” “velho” (com 20 anos de luta aos moldes de Cavaleiro das Trevas) que “talvez” fique renegado a “mentor” nos próximos filmes da LJA; (2) Um Lex novo, parecendo o filho rebelde daquele gênio do mal que sempre conhecemos. (3) Um Perry White extremamente capitalista e destituído da paixão pela “credibilidade da notícia”…
    Mas, adorei: (1) A mansão Wayne em ruínas (Uma homenagem clara ao Batman de Nolan); (2) A solução que todos acharam óbvia e clichê demais: Superman, a beira de ser derrotado, mostrando a um Batman (que o via como o “Alien, do 8º passageiro”) que era humano e que tinha uma simples Martha como mãe (mãe que ensina valores e forma o caráter de filhos humanos), uma Martha que foi impedida, por um homem, de ensinar valores ao Bruce! Só Snyder para disfarçar em clichê uma profunda questão psico-social!
    Enfim,
    Belo trabalho e significantes análises.

    Responder
    • André Dick

       /  5 de agosto de 2016

      Prezado José Maria,

      agradeço pelo comentário excelente sobre o filme e pelas palavras a respeito da crítica e do trabalho efetuado aqui! Essa generosidade traz ânimo e faz valer a pena. Sua análise especificamente é efetiva e certamente não tenho seu conhecimento sobre quadrinhos e as adaptações feitas para o cinema desses heróis. Por isso, agradeço por compartilhar seu olhar sobre este filme que parece a você também, como as leitores acima, bastante injustiçado. Concordo plenamente de que é uma obra para poucos e daí o número de críticas negativas. Em relação aos detalhes que incomodam, muito interessante seu ponto de vista sobre os personagens, assim como o que fala sobre a solução do conflito final, que grande parte do público aponta mesmo como ridícula (e isso me deixa perplexo). Snyder, como você considera, é um diretor muito mais sutil e consegue, em seu trabalho, desde Watchmen, principalmente, desenhar seus personagens de maneira que não pareçam apenas esboços jogados na tela. Eles realmente têm sentimentos e só espero que, com o passar dos anos, o público possa dar mais valor a Batman vs Superman, pelo menos mais próximo do que ele merece de fato.

      Volte sempre e agradeço mais uma vez!

      Abraços,
      André

      Responder
  20. José Maria Matos Montalvan Esteves

     /  5 de agosto de 2016

    Desculpe-me, por ter trocado seu nome!

    Responder
    • André Dick

       /  5 de agosto de 2016

      Prezado José Maria,

      sem problemas. Só editei o nome rsss Obrigado mais uma vez pelo comentário e volte sempre!

      Abraços,
      André

      Responder
  21. Ok, opinião é opinião. Mas, filme excelente? Sério mesmo? Tudo bem você discordar da opinião de que o filme é extremamente ruim, mas daí a colocá-lo como excelente, essa é bem difícil de engolir.

    Responder
    • André Dick

       /  14 de agosto de 2016

      A resposta está em seu comentário: opinião é opinião. E mais difícil de aceitar, na minha opinião, é que Batman vs Superman seja visto não como um filme ruim (uma invenção de grande parte da crítica), mas como algo menos do que um dos melhores filmes de super-heróis já feitos.

      Responder
  22. Concordo com a critica, Batman v Superman foi um filme injustiçado, na minha opinião é um dos melhores filmes de HQs já feito.

    Responder
    • André Dick

       /  31 de agosto de 2016

      Prezado Edu,

      agradeço por seu comentário e fico feliz que também o considere um dos melhores filmes de HQs já feitos.

      Volte sempre!

      Um abraço,
      André

      Responder
  23. Leandro

     /  16 de novembro de 2017

    André, desculpe escrever neste post, mas queria perguntar se vai ter critica do Liga da Justiça. Obrigado.

    Responder
    • André Dick

       /  16 de novembro de 2017

      Prezado Leandro,

      agradeço por seu interesse. Pretendo, sim, escrever sobre o filme assim que conseguir assisti-lo.

      Volte sempre!

      Um abraço,
      André

      Responder

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